Esta questão parece simples, mas é baseada em algumas suposições erradas. Geralmente a pessoa que pergunta pretende tomar a luz de saída das câmaras (expressada em Langleys, joules ou Watts/m2) e dividi-la pela intensidade da luz solar externa para obter o fator mágico para conversão de horas de exposição de testes acelerados em anos de exposição natural. Infelizmente, não há nenhum método matemático válido para fazer tal calculo, uma vez que contraria os princípios básicos do teste de intemperismo acelerado. (Sem mencionar que, por definição, Langleys se refere somente ao sol e nenhuma outra fonte de luz.) O resultado de tal calculo é na melhor das hipóteses sem sentido, e na pior das hipóteses é totalmente enganoso.
Uma razão para que este cálculo seja invalido é que ele ignora o efeito do comprimento de onda. O que determina o total de foto degradação não é a dosagem total de luz em joules, mas ao invés disso, como estes joules são distribuídos em respeito ao comprimento de onda. Um joule e luz UV (comprimento de onda curto), por exemplo, pode ser mais prejudicial que um joule da luz visível ou luz infravermelha (comprimento de onda longo), dependendo do material que você está testando.
Além disso, a quantidade de UV na luz solar varia um pouco, o que pode ter um tremendo efeito no intemperismo das amostras. Langleys e Joules não refletem as grandes diferenças de UV solar que ocorrem de estação para estação, dia a dia, na verdade, a cada hora. Por esta razão, um número de estudos tem mostrado em sucessivos testes ao ar livre onde replicam amostras recebidas na mesma exposição em Langleys, a variação pode ser de 7:1 no total dos danos produzidos. Em outras palavras, Langley é muito inconsistente para ser usado como padrão de medida de uma exposição ao ar livre. A conclusão é clara: Langley pode ter usos válidos, mas certamente não no campo de intemperismo em laboratórios.
Mesmo uma medida de Total UV (TUV), como “Langley UV” ou “Joule UV” podem ser mal interpretados pelas mesmas razões aplicáveis: dentre o UV, comprimentos de onda curtos geralmente causam degradação mais rápido em materiais duráveis.
Aqui está um exemplo de conclusões erradas que você pode ter usando Langlyes, joules ou até mesmo TUV para avaliar câmaras de intemperismo acelerado. A câmara QUV pode usar dois tipos de lâmpadas: lâmpada UV-A com um pico de emissão no comprimento de onda de 340nm, ou lâmpada UV-B com pico em 313nm. As lâmpadas UV-A produzem mais joules (e mais joules UV) que as lâmpadas UV-B, então não seria razoável deduzir que as lâmpadas UV-A produzem uma degradação mais rapidamente? Nem sempre. Muitos materiais degradarão de forma mais lenta com lâmpadas UV-A porque o UV que eles produzem é o de comprimento de onda de UV mais longo. Na câmara Q-SUN, você encontrará as mesmas variações dependendo do filtro utilizado
Outro motivo pelo qual você não pode comparar a intensidade de luz das câmaras Q-SUN e QUV com a luz solar é que este procedimento ignora completamente o efeito da umidade. Nós descobrimos que para muitos materiais, os efeitos da chuva e do orvalho são mais importantes que os efeitos da luz solar. Isso é freqüentemente verdadeiro para fenômenos como perda de brilho e alteração da cor, no qual algumas vezes são considerados alterações induzidas pelo UV. Se você não levar em conta a umidade, você provavelmente não conseguirá um fator mágico de conversão.
Finalmente, o cálculo da conversão baseado na intensidade da luz é inválido porque ele ignora o efeito da temperatura. É possível escolher uma diversa variedade de temperatura em uma câmara de intemperismo acelerado, e é possível ter diversas temperaturas na exposição ao ar livre. A temperatura tem um efeito profundo na velocidade da foto degradação. Nós observamos em nossas câmaras de testes que em alguns casos um aumento de 10°C na temperatura da câmara pode duplicar a velocidade de degradação.
Para mais informações, veja o
Boletim Técnico LU-8030 da Q-Lab Corporation, Erros causados por usar Joules no tempo de exposição dos testes de laboratório e ao ar livre.